Natal


Em meio aos pensamentos sobre esse blog solitário (quem faz um blog em 2018?), estava organizando as postagens, e nem percebi que havia colocado uma postagem totalmente impessoal para o Natal.

Não perceber que se está perto do Natal é um sinal dos tempos. Muito ruim, por sinal.

Não importa muito no que você acredita. Natal é natal. Se você não acredita na substância cristã do natal, ao menos deveria acreditar que as pessoas acreditam em muitas coisas.

Sim, é certo que há quem acredite que para elas Jesus sobe numa goiabeira diante dos olhos, crença cujo ridículo só não ultrapasse as crenças pré-científicas de que andar armado garante a segurança ou de que a Terra é plana.

Mas refiro-me a outro tipo de crença: ao fato de que já tivemos inúmeras cosmologias, cristãs ou não-cristãs. Inclusive, o próprio cristianismo nunca teve a mesma cosmologia. O Mundo não é o mesmo e nunca o foi, mesmo para o cristão mais convicto (Lemaître, Descartes, São Tomás e Santo Agostinho que me desmintam). E que bom que é assim.

Por isso, o mundo seria mais bonito se pudesse contemplar tantos outros Mundos. É meio errado, assim, defender que o feriado cristão "não vale" ou deveria ser deposto. É como se estivéssemos em direção de um mundo único, cinza, unicamente voltado aos turnos do trabalhho.

Muito mais bonito seria defender que outros feriados, de tantas outras convicções, pudessem multiplicar.

Por isso, desejo a você, do mais fundo do meu coração, um Mundo maior e um  Feliz Natal.

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Bolsonaro: economia de ministérios = questões fora de vista

Onix Lorenzoni divulgou hoje (embora nada se possa confiar nesse governo) que os ministérios seriam reduzidos de 29 para 22.

O que me parece interessante é que esse dado não é o menos importante (FHC já havia dito certeiramente que “não interessa o que Bolsonaro diz, mas o que vai fazer. Esperemos a posse“), e sim o que ali não está contido.

Meio Ambiente e Direitos Humanos permanecem sem nomes, visto que Bolsonaro tornou esses ministérios "polêmicos" (como se não fosse simples bom senso mantê-los).

Mas há mais coisas aí sem nome. Uma delas é a quase ausente reação dos diversos setores da educação contra o nome do ministro escolhido. Houve algum burburinho, mas nada comparável ao que ocorreu quando Bolsonaro ameaçou fundir o meio ambiente com a agricultura.

A educação, pelo visto, vai bem (mesmo que bem desunida).

O mesmo ocorre com o Ministério do Trabalho. Será simplesmente desmembrado. E o setor responsável pelo trabalho escravo não tem destinação precisa.

O trabalho escravo continua vivinho no Brasil, em qualquer lugar e cenário. E o combate contra ele já sofria cortes orçamentários.

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Lá nas terras de Moçambique, Mia Couto diz:
“A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza. A nossa pobreza não pode ser motivo de ocultação. Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza.
A frase explica muita coisa, não sobre Moçambique mas sobre o Brasil. O irônico é que apenas seja proferida lá, e não aqui. Por aqui, parece que as pessoas acham que ostentar a riqueza que não se tem é algo normal. Uma sociedade inteira com sucata nos pés e ouro na cabeça.

Talvez os moçambicanos ainda tenham chance.

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