Natal


Em meio aos pensamentos sobre esse blog solitário (quem faz um blog em 2018?), estava organizando as postagens, e nem percebi que havia colocado uma postagem totalmente impessoal para o Natal.

Não perceber que se está perto do Natal é um sinal dos tempos. Muito ruim, por sinal.

Não importa muito no que você acredita. Natal é natal. Se você não acredita na substância cristã do natal, ao menos deveria acreditar que as pessoas acreditam em muitas coisas.

Sim, é certo que há quem acredite que para elas Jesus sobe numa goiabeira diante dos olhos, crença cujo ridículo só não ultrapasse as crenças pré-científicas de que andar armado garante a segurança ou de que a Terra é plana.

Mas refiro-me a outro tipo de crença: ao fato de que já tivemos inúmeras cosmologias, cristãs ou não-cristãs. Inclusive, o próprio cristianismo nunca teve a mesma cosmologia. O Mundo não é o mesmo e nunca o foi, mesmo para o cristão mais convicto (Lemaître, Descartes, São Tomás e Santo Agostinho que me desmintam). E que bom que é assim.

Por isso, o mundo seria mais bonito se pudesse contemplar tantos outros Mundos. É meio errado, assim, defender que o feriado cristão "não vale" ou deveria ser deposto. É como se estivéssemos em direção de um mundo único, cinza, unicamente voltado aos turnos do trabalhho.

Muito mais bonito seria defender que outros feriados, de tantas outras convicções, pudessem multiplicar.

Por isso, desejo a você, do mais fundo do meu coração, um Mundo maior e um  Feliz Natal.

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